Novembro Roxo: mês de sensibilização global para a causa da prematuridade.

Novembro chegou e com ele o momento de jogar luz em um tema extremamente sensível: a prematuridade. No Brasil, as ações do Novembro Roxo serão conduzidas pela ONG Prematuridade.com, única instituição do País de apoio aos bebês prematuros e suas famílias.

Este ano a campanha terá como slogan “Juntos pelos prematuros, cuidando do futuro”. Durante todo mês, serão realizadas uma série de atividades com foco em informação, educação e acolhimento. Os trabalhos envolvem e beneficiam as famílias com bebês prematuros, os profissionais de saúde, instituições e parceiros interessados, além de autoridades e personalidades envolvidas de alguma forma com o tema.

Entre as instituições que serão representadas no evento, estão o Ministério da Saúde, a APAE, a AACD, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Segurança do Paciente. Diante ao cenário de pandemia, evidentemente, boa parte das ações serão realizadas online. (agenda completa abaixo).

Segundo a fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Leão Suguitani, há um trabalho forte de conscientização a fazer junto à sociedade como um todo durante o ano inteiro, mas novembro é uma oportunidade única e especial para evidenciar ainda mais o tema da prematuridade. “O sonho de ser pai ou mãe envolve inúmeras emoções e expectativas, principalmente o desejo de uma criança saudável. Mas se esse bebê nasce prematuramente, é nosso dever enquanto sociedade garantir que ele receba o atendimento mais adequado e que seja acolhido com muito amor, para que tenha todas as condições para uma rápida e plena recuperação.

Novembro Roxo é sobre isso: é sobre acolher a vida e cuidar do futuro”, explica. Prematuridade e COVID-19 A incidência de bebês prematuros já é um problema bastante concreto no Brasil e no mundo e é claro que a pandemia tornou esse quadro ainda mais complexo.

Atualmente, o Brasil é o 10º país com mais partos prematuros no mundo, com cerca de 340 mil nascimentos de bebês nessas condições por ano, aponta a OMS. A lista inclui ainda China, Estados Unidos, Índia e Nigéria, sendo que 60% desses nascimentos ocorrem na África e no Sul da Ásia, o que demonstra o caráter global do problema.

Vale destacar ainda que, no mundo, ocorrem 15 milhões de nascimentos nesse perfil, ou seja, um em cada dez bebês nascem prematuros todo ano, sendo que 1 milhão deles morre, consolidando assim a prematuridade como a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos. E quando a realidade do coronavírus se mistura à realidade da prematuridade, o tema se desdobra em várias problemas. Todos são graves, mas três merecem maior atenção: o isolamento de prematuros na UTI, a evasão de consultas de gestantes e um quadro de pânico e desinformação. De maneira resumida, um parto é considerado prematuro quando acontece antes de 37 semanas de gestação. São várias as causas que podem levar à prematuridade, mas o principal passo para evitar esse problema é a prevenção.

Nesse sentido, o pré-natal é uma das medidas mais eficazes para uma gestação saudável e completa. Para a fundadora da ONG Prematuridade.com, a apreensão das mulheres grávidas, das mães de prematuros e dos profissionais de saúde quanto à infecção pelo vírus é legítima, mas o efeito colateral de uma decisão extrema, como a de faltar a uma consulta do pré-natal ou restringir a presença dos pais na UTI Neonatal, podem levar a um agravamento contundente de casos e do quadro geral da prematuridade. Não é exagero dizer que pode custar a vida do bebê e da própria mãe, além de quadros de ansiedade, estresse e depressão, comuns na prematuridade e agora mais frequentes durante o período da pandemia. “Mesmo com o distanciamento social, é importante pensarmos estratégias para garantir o vínculo e o melhor desfecho possível para o bebê e para a família. As gestantes precisam realizar o pré-natal. Os prematuros precisam da presença dos pais. Esses pequenos são mais vulneráveis, e podem ficar com diversas sequelas. Precisamos adequar o combate ao coronavírus a essa realidade, ressaltando a importância do acompanhamento da gravidez, da manutenção de consultas dos bebês, de manter a vacinação das crianças em dia e da extrema importância da presença dos pais ao lado do prematuro sempre que possível”, pondera. Mais informações sobre a relação entre o Covid-19 e a prematuridade podem ser encontradas neste link.

Por que Novembro Roxo?

No dia 17 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, data escolhida pelo significado especial para Jürgen Popp, um dos fundadores da EFCNI (European Foundation for the Care of Newborn Infants), parceira da ONG Prematuridade.com. Após a morte de seus trigêmeos prematuros, em dezembro de 2006, ele tornou-se pai de uma filha nascida em 17 de novembro de 2008. Ao mesmo tempo, o March of Dimes, organização de caridade americana para prematuros e recém-nascidos teve uma ideia semelhante e lançou um Dia da Consciência para a Prematuridade, em 17 de novembro, nos EUA. O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. Além disso, o roxo também significa transmutação e mudança, ou seja, a arte de transformar algo em outra forma ou substância, assim como no desenvolvimento de um bebê prematuro.

Prematuros participam de ensaio fotográfico no Hospital de Ceilândia.

Já virou uma tradição o ensaio fotográfico dos prematuros internados no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), em comemoração ao mês da prematuridade. Os protagonistas são os bebês fotografados junto dos pais reforçando a importância do contato pele a pele, criando maior vínculo afetivo, maior estabilidade térmica e melhor desenvolvimento.

Para o ensaio deste ano, devido à pandemia, foram necessárias algumas adaptações. Mas isso não tirou o brilho da ação realizada anualmente. O trabalho é resultado do engajamento de toda a equipe de neonatologia do HRC. São mais de cem profissionais que atuam diretamente com os prematuros e se envolvem, todos os anos, na construção do Novembro Roxo.

Fonte da Notícias: Cidadeverde.com e Secretaria de Saúde do Distrito Federal