Bebê nasce com 418g e após 8 meses vai para casa.

Internação do pequeno Heitor Ventura Salcedes na UTI Neonatal Nicola Albano, em Macaé, foi marcada por lutas, emoções e vitórias.

Desde os primeiros minutos de vida na UTI Neonatal Nicola Albano, em Macaé, o bebê Heitor Ventura Salcedes recebeu alta e foi para casa na última sexta-feira (28), aos oito meses e meio. Neste intervalo de tempo, deixou a unidade de terapia intensiva uma vez, quando foi transferido para um hospital de Niterói para fazer uma cirurgia cardíaca. Esta é a história de luta e vitória do menino, que nasceu com 418 gramas e viu dezenas de outros bebês entrarem e saírem da UTI enquanto ele se recuperava.

Ao receber alta, Heitor pesava 4,6 kg, respirava normalmente, não apresentava mais nenhuma infecção e não precisou de suporte home care. O momento foi comemorado por toda equipe hospitalar e pela família. “Foi um bebê que demandou bastante trabalho até conseguirmos estabilizá-lo. Mas, depois fomos surpreendidos o tempo todo por sua evolução. Ele saiu sugando e respirando sozinho. Algo muito positivo para um bebê que chegou com quadro pulmonar grave”, afirma a médica neonatologista Ana Cláudia Zamith Garcia, que acompanhou Heitor em sua recuperação.

Nos dias de internação, Heitor chamava atenção pela vontade de viver. “Neste tempo todo que ele ficou internado, era o bebê mais grave, o que tinha mais baixo peso e o que demandava mais cuidados. Ele tinha cardiopatia congênita e precisou ser estabilizado antes de ser submetido a cirurgia cardíaca”, lembra a médica.

No dia 14 de agosto de 2021, após os três meses de vida na UTI, Heitor foi transferido para o Complexo Hospitalar de Niterói. Dez dias depois, foi operado. No dia 30 daquele mesmo mês, recebeu alta cirúrgica e retornou à UTI Neonatal Nicola Albano, em Macaé, até atingir requisitos para que finalmente pudesse ir para casa. “Ele voltou grave da cirurgia, no respirador, tomando antibióticos e com vigência de pneumonia. Nesta fase, chegamos a pensar que poderíamos perdê-lo, mas Heitor usou toda sua força para continuar vivendo e nos surpreendia dia após dia”, afirma Ana Cláudia.

A equipe da UTI neonatal Nicola Albano, em Macaé, continua de prontidão mesmo após a alta hospitalar de Heitor. O menino vai continuar sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar para monitoramento fonoaudiológico, oftalmológico , além de fisioterapias e acompanhamento com neurologista até o seu segundo ano de vida, prerrogativa prevista para casos de prematuridade. Mensalmente, Heitor deverá ser acompanhado por pediatra e cardiologista . “Fora isto, recomendamos aos pais o banho de sol diário e os cuidados com a pandemia da Covid-19, evitando aglomeração e sendo cuidadosos com as visitas”, recomenda Ana Cláudia.

Família

De acordo com a neonatologista, além da recuperação gradual de Heitor, a resiliência da família chamou atenção da equipe hospitalar. “A família não reclamava, não questionava nada ou era exigente. Eles confiaram na equipe e no tratamento dispensado ao menino, que posso garantir ter sido de excelência. Os pais moram em Rio das Ostras e visitavam Heitor diariamente em Macaé. Temos um aparato tecnológico e de suporte técnico, humano e multidisciplinar muito eficiente para atuar na recuperação de bebês nesta situação”, afirma Ana Cláudia.

Gravidez de alto risco

A mãe de Heitor enfrentou sua segunda gravidez de alto risco. Meses antes do nascimento de Heitor, ela sofreu um aborto espontâneo. Ao gerar Heitor, quando estava no sexto mês, sofreu um descolamento de placenta, agravado por uma hipertensão e trombofilia (alta chance de desenvolver trombose), diagnosticada no início da gravidez e também na gestação anterior.

A mãe teve acompanhamento integral da equipe obstétrica, que programava o parto para uma semana após a intercorrência no descolamento da placenta, que gerou o parto prematuro e o acionamento antecipado da equipe da UTI neonatal. “A equipe obstétrica já havia nos preparado quanto ao caso. Acompanhamos o parto e, logo após o nascimento de Heitor, ele foi intubado e transferido em uma UTI Neonatal Móvel da maternidade até a UTI Neonatal Nicola Albano. Sempre soubemos do alto risco de mortalidade que Heitor enfrentou a partir de seu nascimento. Mas, procuramos fazer tudo de melhor e com os melhores recursos que tínhamos para que ele sobrevivesse”.

Ainda sobre a tecnologia e os equipamentos utilizados no tratamento de Heitor, podemos notar a presença da Incubadora Fanem® 1186C e do CPAP de Bolhas Babypap® 1150-S.

Fonte da Notícia: Jornal On-line Terceira via | Facebook Nicola Albano